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Pequenos Negócios em Risco: A Urgência de Políticas Públicas Eficientes

Canoas e o Rio Grande do Sul enfrentam o pior desastre ambiental de nossa história. As chuvas intensas e a ineficiência do poder público deixaram um rastro de destruição, afetando milhares de vidas e o tecido econômico de nossa região. Há comparações com a pandemia, mas a realidade atual é distinta e exige uma resposta diferenciada.

Durante a pandemia, portas foram fechadas para o isolamento social. Hoje, elas se abrem pela solidariedade. Na pandemia, todos foram atingidos - empresas e pessoas. Agora, são as cidades gaúchas que vivem seus piores dias, com cidadãos arriscando suas vidas para salvar outras. O povo pelo povo, em um verdadeiro ato de heroísmo coletivo.

Enquanto vice-presidente da pasta de Micro, Pequenas Empresas e MEIs da CICS Canoas, é minha obrigação questionar: como essas empresas serão auxiliadas? Até o momento, apenas acenos de uma política de crédito generalista, deixando a gestão nas mãos das instituições financeiras. Isso é um grave erro. A crise atual não é universal, mas específica e localizada e exige tratamento ágil, eficiente, direcionado, visando salvar empresas especialmente as micro e pequenas que muito empregam, fazem a roda girar.

O Pronampe, relançado para enfrentar a crise, repete o modelo que provoca uma corrida pelo capital escasso, favorecendo aqueles com melhores condições de crédito e prejudicando quem mais necessita. Não é justo que, mais uma vez, micro e pequenas empresas em Canoas sofram com a falta de recursos diretos. Dos R$ 30 bilhões liberados pelo Governo Federal, apenas R$ 2,5 bilhões terão subsídio, com juros de 4% ao ano. Esses esforços, embora bem-intencionados, são insuficientes frente à magnitude da catástrofe que destruiu o PIB, patrimônio e os sonhos.

Diferentemente da pandemia, a recomposição do patrimônio agora exige recursos a fundo perdido para pessoas físicas e jurídicas. Precisamos de uma resposta rápida e direcionada para ajudar verdadeiramente os afetados.

Para se ter ideia, em 2024, das novas empresas ativas, 3,32% são Empresas de Pequeno Porte, 14,9% são Microempresas; 79,5% são Microempreendedores Individuais (MEIs) e 2,27% são outros tipos de negócios. Esses números mostram a vitalidade econômica de nossa cidade, que agora corre risco de ser sufocada pela falta de apoio adequado e competente.

O que este desastre nos mostra é a urgência de uma resposta governamental eficaz e focada. As políticas públicas precisam ser direcionadas e imediatas, oferecendo suporte direto aos pequenos negócios para que possam se reconstruir. É fundamental que nossos esforços sejam organizados e justos, visando a revitalização econômica e a proteção dos nossos empreendimentos. Com determinação e uma estratégia clara, podemos enfrentar essa crise e emergir mais fortes e preparados para o futuro.

 

Patrícia Godoy

Vice presidente de Micro, Pequenas empresas e MEIs da CICS Canoas

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